domingo, 27 de maio de 2012

A Barraca de praia

Uma das vantagens de ser de Ficemista é de estar próximo a praia num clima relativamente agradável então favorecendo recreação na beira do mar.


Um dos hábitos do Santista, é de fazer barracas de praia, geralmente são empresas, comerciantes, sindicatos ou prédios que fazem uma barraca com mesas para reuniões confraternizações e eventos familiares.


Num grupo de médicos e alunos de medicina de destaque como a FCMS não poderia ter sido diferente, num tempo que ir de São Paulo para Santos era algo desgastante e havia durante um tempo aulas nos fins de semana, internato e o fato de que uma das alternativas de descanso do ficemista era de se reunir na praia , os alunos resolveram querer fazer uma barraca de praia Ficemista.


Para se ter uma barraca de praia em Santos fisicamente e resolver-se de processos burocráticos era necessário dinheiro, uma coisa que os ficemistas não dispunham facilmente, mas o desejo de ter uma barraca de praia era tão grande que na década de 70 para 80 os alunos resolveram que a FCMS teria sua barraca de praia.


Dai se começou uma intensa campanha para se arrecadar dinheiro visando tal possibilidade de ter-se uma barraca legitimamente ficemista.


Os alunos da época resolveram usar a maior adversidade da época para se fazer a campanha,a distancia. Eles começaram a percorrer suas cidades para se obter pequenas doações que vieram de políticos , comerciantes, pais, amigos, médicos etc...


E com muito esforço conseguiram a merecida barraca de praia que ficava próximo ao canal 3.Era relativamente humilde e que começou a servir como local de encontro de ficemistas para beber, conversar, eventos, contra trote que acabavam sempre em alegria.


Um dos fatos  interessantes dos alunos com a barraca foi da lona nova dada pela turma XXXVI, uma forma de agradecimento aos tempos de alegria dados por essa incrível fase da vida que somente os ficemistas passam.


Hoje após 45 anos e muitas outras histórias de alegria e união, a barraca de praia da FCMS só mudou para frente ao pão de açúcar do Embaré depois do canal 4, mas ainda faz como um ponto de encontro de alunos e ex-alunos da FCMS para confraternizar, tomar umas, ouvir boas historias, enfim continuando perpetuar a união e alegria entre as turmas e demonstrar que aquela máxima é verdadeira sobre a única faculdade de medicina do estado de São Paulo que tem o privilégio de ser a beira mar: 

''Meu escritório é na praia e eu to sempre na área''


A foto da barraca de praia de 2012, nos 45 anos da FCMS,
com o privilégio de ouvir o arambacã da XIX até a L



domingo, 13 de maio de 2012

Professores Inesquecíveis IV : Dr. Eduardo Silveira

O Dr. Eduardo Silveira é uma das grandes personalidades da cidade de Santos e um grande médico oncologista respeitado por quem já ouviu falar o nome dele.


Formado pela Faculdade de medicina da UNICAMP na 3ª turma enquanto chamava-se Faculdade de Medicina de Campinas, fez residencia na própria cidade de Campinas e sua turma fez história na cidade abrindo a enfermaria de emergências e sua notável capacidade o fez tornar assistente de Semiologia tendo como colega o famoso Dr. Silvio Carvalhal.


O Dr. Silvio Carvalhal , o qual também fora professor do famoso Dr. Arão Scwartz na Escola Paulista de Medicina, indicou o Dr. Eduardo Silveira em 1979 para se tornar professor de propedêutica  em uma faculdade relativamente nova de medicina, a Faculdade de Ciências Médicas de Santos.Conheceu a lendária figura de Arão Scwartz trabalhando com ele durante dois anos quando infelizmente o Dr. Arão faleceu sendo sucedido pelo Dr. Abrão Bobrow o qual Dr. Eduardo continuou trabalhando.


Pode se dizer até sem sombra de duvida dos tempos atuais que o Dr. Eduardo é um dos sucessores do Dr. Arão Scwartz e talvez um dos médicos mais importantes da historia ficemista, não somente por ser merecido sucessor de carregar o legado de um médico tão épico na FCMS, mas o que predomina é o seu amor aos alunos, com o paciente, sua competência e seu imenso carisma como médico, professor e pessoa.


Muitos ex-alunos guardam com carinho sua memória com ele, era duro e exigente na propedêutica, mas que não deixava de ter um carinho enorme pelos alunos e pelos pacientes e uma simplicidade notável sempre disposto a conversar ,em destaque a medicina, aonde tem uma excelente experiência  e assuntos a falar com os alunos e conseqüentemente  ajuda-los.


Até alunos que não faziam parte de seu grupo de semiologia sempre que surgia uma oportunidade iam acompanhar suas demonstrações praticas sempre minuciosas e exatas de acordo com os ex-alunos que o viam fazendo o que sabia de melhor, propedêutica, com um quarto de hospital abarrotado e sempre lotado de alunos, o mesmo se incluía em suas aulas teóricas. 


Uma de suas características fora da FCMS era de ser um grande apreciador de vinhos, uma característica nobre para pessoas que tem uma enorme percepção, completamente compatível com seu espirito.


Foi homenageado e congressos e por vários alunos.


Um dos melhores depoimentos escritos e o que define o escrito acima foi dado por um aluno da XLIV que fala sobre os ensinamentos dessa pessoa incrível e um exemplo de médico em um periódico:



"Felizmente, os exemplos de postura médica e extremo rigor técnico, passados pelo Dr. Eduardo Silveira não se desvanecem com sua ausência momentânea do magistério médico. Dentre inúmeras lições aprendemos que o bom médico é aquele que assiste o paciente muitas vezes com os olhos(abaulamentos, retrações, coloração de pele e esclera), as vezes com os ouvidos(bulhas, estertores, RHA), outras tantas com o tato e sempre com o coração.''






Sua saída foi realmente uma perda para a FCMS,mas ainda hoje demonstra que tem um enorme carinho pela FCMS e inclusive ajuda ainda os atuais alunos, tanto que atualmente é preceptor da liga de oncologia da FCMS e que sempre colabora a memória ficemista como pode, seja com um depoimento, uma ajuda, um comentário ou simplesmente sendo ele mesmo.






"Foto do jornal da tribuna parabenizando-o por seu recente aniversario, parabéns e agradecimento por formar brilhantes médicos  e ser um exemplo"








Arambacã a todos


domingo, 6 de maio de 2012

A segunda FCMS.

A primeira FCMS localizada na Rua Armando Salles de Oliveira, foi se modelando no ''improviso'', era um hospital São Luiz que sua mantenedora na época fez um acordo com os instituidores do local para se fazer a faculdade de medicina em 67 e em 1969 a FAES, Faculdade de Administração de Empresas de Santos.


A FCMS na Rua armando Salles de Oliveira, atualmente um colégio.(fonte: novo milênio)



Logicamente houve um momento que não se pode mais ir no ''improviso'', e principalmente  na aspiração de crescer o curso de medicina em qualidade, se iniciou em mudar a FCMS para outro local e em 1975 se iniciou a construção de um segundo prédio num terreno cedido pelo governo do Estado de São Paulo na area do Hospital Guilherme Alvaro na Rua Oswaldo Cruz em um regime de comodato, um outro nome para doação que duraria por 20 anos até a oficialização do prédio ser "oficialmente" da FCMS.


Uniria a praticidade de estar ao lado do HGA e o benefício de um prédio maior para os alunos da medicina.


Um terreno de 3335,50 m², 5 blocos com 2 andares em uma obra que na época custou em torno de Cr$46 milhões, sendo que somente 2 milhões foram do Ministério da educação, os outros foram esforços e economia da FCMS, a estrutura conta com 4755 m² de estrutura dividida em 5 blocos.(fonte: Jornal da tribuna 1981)


O projeto constava 8 anfiteatros(salas) para os 120 alunos e 1 de capacidade para 240 pessoas, laboratórios, biblioteca e outras comodidades para os alunos.


Fora inaugurada no 15º aniversario da FCMS em 1982 mas houveram muitas encrencas antes que os alunos fossem efetivamente para o novo prédio, pois na época queriam separar as turmas, ou seja, uma turma iria para o novo prédio e a outra ficaria na Rua Armando Salles até que tudo estivesse pronto, fato não concebido pois os alunos na época acharam que não seria boa ideia essa falta de união alem de uma série de deficiências em seu projeto como a ausência de sede ao diretório e a atlética,  e a ausência de uma cantina.


Todos os fatos devidamente resolvidos e somente entre o final de 1982 e no inicio de  1983 as turmas foram juntas e houveram as mudanças em seus contorno após lutas e dos sempre geniais jogos diplomáticos dos  alunos e dos professores, o DA e a atlética conseguiram seu espaço dentro da FCMS  e surgia o nosso branquinho, a lanchonete da FCMS presente até hoje.



"O que seria hoje a sede da atlética que infelizmente não esta mais dentro da FCMS foi movida para a vizinhança na Rua Oswaldo Cruz"

''A área do branquinho''


Foi moldada com o tempo, ''para refrescar o calor santista somente ventisilva'' e não havia ar condicionado, um fato realmente incomodo para muitos pois alguns professores falavam baixo e com o ventilador somente piorava a acústica, os projetores digitais não existiam, eram usados apenas aqueles retroprojetores, eram lousas à giz e o laboratório de anatomia sempre com a presença do Margarido foi aos poucos reformado.



Mas la dentro da FCMS da Rua Oswaldo Cruz teve uma tentativa bem sucedida mesmo com a mudança de espaço de se manter as tradições e a história ficemista, as placas de formaturas foram  instaladas e com registros de jornais mais antigos, houve uma homenagem de placa para as primeiras turmas da FCMS e sem contar o uso dos bandeirões da FCMS que as mais importantes são usadas em tempos de jogos para lembrar que a pirataria esta agindo.


"Bandeirão da turma XXII (fonte: grupo da FCMS no facebook)"



''Uma das placas de turma da FCMS que foram removidas numa reforma''(Cortesia Edir XXXII)


''Antiga fachada do 2º andar''(cortesia Ygor Borges XXIII)

Até o ilustre médico Albert Sabin, um dos mais ilustres médicos da historia da humanidade esteve nessa solenidade do novo ''templo''  do ficemista foi devidamente homenageado recebeu o titulo de professor emérito da FCMS nessa visita em 1982.


Algumas historias interessantes se incluem num jardim que era atras dos muros, hoje com azulejos e um biotério, servia de espaço para a Bernadete, uma ovelha que servia para a aula de patologia e que virou churrasco.


Uma das épicas fotos da FCMS, vemos alguns dos lendários professores e alunos da FCMS e mais atras o jardim que existia a morada  de Bernadete.



''A entrada da FCMS que os jardins não existem mais, foram trocados por azulejos''


Um outro fato já mencionado mas que vale a pena ser redito, que como uma faculdade sempre ligada a maçonaria desde sua fundação, o prédio foi construído com o formato de um compasso , um simbolo clássico da maçonaria


''No  canto superior vemos a FCMS no google maps com o formato do compasso''
(fonte: google maps)



O prédio sofreu uma reforma no fim dos anos 90 sendo removidos os jardins e as placas no processo.




Arambacã a todos.